Música e aplausos marcam cerimônia de entrega do Prêmio Leon Cakoff a Antonio Pitanga
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Os 15 minutos que antecederam a primeira exibição de Pitanga na 40ª Mostra, neste sábado (22), foram de homenagens ao seu protagonista, que recebeu o Prêmio Leon Cakoff.

Renata de Almeida, diretora da Mostra, abriu a sessão saudando Antonio Pitanga. “Bem-vindos a essa noite especial. Vocês verão um documentário sobre um grande ator e um ser humano que nos ensina tanto sobre a vida e o nosso cinema”, disse. Em seguida, passou a palavra a Beto Brant, que assina a direção da obra ao lado de Camila Pitanga.

O diretor evocou a memória do crítico José Carlos Avellar —também homenageado pela Mostra—, que morreu no início deste ano e é um dos roteiristas de Pitanga. “As conversas seminais sobre o filme foram com o Avellar”.

Ele também festejou seu retratado. “Em nome de toda a equipe, agradeço a oportunidade de passear no mundo ao seu lado. Você é um cara de peito aberto. Sua ideia de vida é libertadora e afirmativa. Nesse momento de turbulência, em que os artistas viraram vilões, em que existe muita perseguição e intolerância, sua voz é importante para nos ajudar a atravessar e a superar esses tempos. Pitanga, agora queremos te ouvir”, declarou Brant, passando o microfone ao ator, que começou seu discurso, emocionado, cantando um trecho da música Diplomacia, de Batatinha.

“Meu sofrimento ninguém vê; sou diplomado em matéria de sofrer; nossa alegria, sorriso de fingimento; alguém tem culpa desse meu padecimento”, entoou Antonio Pitanga, que agradeceu o tributo.

“É uma alegria estar aqui na 40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, uma das mais importantes do mundo. Quero agradecer à Renata e ao nosso grande Leon Cakoff. Também agradeço o Beto, esse cara com uma carreira tão linda, que virou para mim e disse ‘quero fazer um filme sobre a sua vida e sobre o cinema brasileiro’. E nesse meu corpo, cheio de encontros e desencontros, tem a história do negro, tem um Glauber Rocha, um Nelson Pereira dos Santos, um Joaquim Pedro de Andrade, um Paulo César Saraceni, um Leon Hirszman, um Gustavo Dahl, um Ruy Guerra. O Beto Brant homenageia toda essa safra do cinema”.

Depois do discurso, Renata de Almeida ofereceu o troféu Leon Cakoff a Pitanga. “É por tudo isso que eu te entrego esse prêmio”, anunciou.

Mais uma vez, Antonio Pitanga retribuiu a deferência. “Essa cidade foi divisora na minha carreira. Foi aqui que escolhi que não iria fazer Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969) para ficar no Teatro Oficina; foi aqui que me casei com a Vera Manhães, a mãe dos meus filhos. Então, receber esse prêmio, um dos mais importantes que já recebi, é uma felicidade. Quero dizer para vocês: valeu, 40ª Mostra, valeu, Renata, valeu, cinema nacional”. Após essa fala, muito aplaudida, o filme, que investiga o percurso estético, político e existencial de Pitanga, teve início.

Ana Elisa Faria

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA